Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

Correios e telégrafos de São Paulo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 13 de fevereiro de 1938, N. 283, pag. 2

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A Diretoria dos Correios e Telégrafos de S. Paulo deu a público o movimento financeiro dessa repartição; durante o ano de 1937 comparando-o ao de 1936.

É o seguinte:

1936

Renda:          24.162:705$500

Despesa:       18.298:840$200

Saldo:             5.863:865$300.

1937

Renda:           26.145:003$300

Despesa:        16.366:643$700

Saldo:              9.778:359$600

Observe-se que o saldo de 1937, aumentou não só em consequência de uma renda maior, como também devido a uma diminuição da despesa. Houve, portanto, ao que se pode supor, cortes no pessoal e nada ou pouco se fez para remodelação de material ou para melhoria nos serviços. E todos os que moramos em São Paulo temos que continuar a nos queixar da deficiência de carteiros, da demora da entrega da correspondência, da dificuldade em adquirir selos ou em passar telegramas. Não há pessoal, instalações à altura da importância da Diretoria dos Correios e Telégrafos de São Paulo.

Urge que o governo federal tome as providências necessárias e que, tratando-se de um serviço público tão importante, lhe dê os elementos necessários para que seja realmente eficiente. Em vez de diminuir o pessoal e de obrigar os paulistanos a esperarem longos quartos de hora para comprarem um selo de $400 ou para expedirem um telegrama, aumente os funcionários que são poucos, faça-os trabalhar devidamente e dê à cidade de São Paulo um serviço dos Correios à altura da capital industrial da América do Sul.

 

Assistência religiosa aos presos

Publicou recentemente a “Federação” de Itu, a seguinte carta, dirigida por um preso ao Revmo. Padre D. Antonio Ferreira, S.J. que transcrevemos ipsis litteris.

“Exmo. e Revmo. sr. Padre D. A. Ferreira S. J.

“Primeiramente, saúdo-vos em nome de Jesus e Maria.

“Bondoso Padre Ferreira: segundo a informação que tive por oficial de justiça conhecido por Totó, não é possível eu conseguir indulto. Mas eu não sinto tanto ficar aqui até o final da minha sentença, porque esta prisão para mim faz uma felicidade. Deus fez com que o sr. para o futuro, me ponha em bom caminho.

“Ampare este infeliz que tanto tem sofrido, por não ter quem lhe desse uma mão para ajudar este infeliz a levantar-se e sair do malfadado caminho em que tenho vivido até hoje.

“Agora, com a graça de Deus e Maria Santíssima, encontrei o sr. para ajudar-me a sair deste caminho tão infeliz. É esta a razão por que eu queria sair brevemente daqui. Porém, seja o que Deus quiser. Eu, bondoso Padre Ferreira, todos os dias peço a Deus e a Santa Maria que restabeleça a sua saúde. Pois, se por má sorte o sr. faltar, é a minha desgraça. Não terei quem tenha dó de mim; não sei qual será a minha vida.

“Jesus, curai o Padre Ferreira para que ele possa sempre continuar a fazer bem aos pobres, aos doentes, às crianças, aos encarcerados. E especialmente a este seu filho que em seu nome e em nome de sua Santíssima Mãe, respeitosamente beija a mão do Padre Ferreira”.

(a) José Henriques”

Os nossos leitores já conhecem, por diversas reportagens publicadas pelo “LEGIONÁRIO”, os extraordinários resultados conseguidos na Penitenciária do Estado, pela assistência religiosa aos encarcerados. Mudanças de vida, reconhecimento dos crimes cometidos, conversões definitivas, regeneração absoluta. A carta que publicamos hoje é, por sua vez, um exemplo da vantagem e da importância da assistência religiosa, que o Padre D. Antonio Ferreira, S.J., propicia aos presos da cidade de Itu.

O que se consegue na Penitenciária e a expressiva carta que transcrevemos, levam-nos a insistir sobre a necessidade de sistematizar a assistência religiosa aos presos. Seria necessário que o governo criasse as capelanias para as prisões, a fim de fazer delas verdadeiros centros de regeneração moral.

Ao lado desse ponto queremos focalizar outro não menos importante. É o que se refere à proteção a ser dispensada aos que saem da prisão e que não encontram fora dela quem os ampare e os oriente. Desejaríamos chamar a atenção das almas verdadeiramente católicas, das almas cheias de amor de Deus e de amor ao próximo, para este ponto delicado da regeneração dos criminosos. Os sacerdotes que trabalham nas prisões não podem acompanhar os libertos, encaminhá-los e orientá-los na nova vida. Não seria possível, então, que se organizasse um grupo de católicos dedicados, que cooperando com os capelães das prisões, tomasse a seu cargo o amparo dos que são libertados?


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