Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

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Obrigação dos pais de família

 

 

 

 

 

 

Legionário, 24 de abril de 1938, N. 293, pag. 2

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Os pais têm obrigação de zelar, material e espiritualmente, pela sua família. Até aí chegou o Conselheiro Acácio (personagem literário português conhecido por fazer afirmações óbvias, n.d.c.). Nós católicos, porém, temos o dever de ir um pouco mais longe.

Por exemplo: sabe o leitor que os empregados são partes integrantes da família? Sim, os empregados, essa mesma cozinheira, ou aquela portuguesa de tamancos que rega o seu jardim pela tarde. Esses mesmos são parte de sua família, e partes integrantes.

Essa ideia não é nova. Muito pelo contrário, vem da mais remota antiguidade. Os tempos modernos é que, tendo perdido a espontaneidade, perderam, também, essa intuição espontânea das coisas simples e naturais. Por isso é necessário que se lhes diga, como novidades desnorteantes verdades corriqueiras, pois que inerentes à natureza das coisas.

Ora, Aristóteles já dizia, ao falar da família, ser ela uma sociedade composta de três sociedades: a conjugal, a parental e a heril. Esta última é aquela constituída pelos pais de família e os empregados.

Aliás, essa expressão “empregado” é moderna. A palavra tradicional da língua portuguesa é “criado”, isto é, a criada, educada por alguém.

Portanto, os pais de família são responsáveis não só por seus filhos, mas também pelos seus criados, e, o que é mais importante, responsáveis perante Deus pela alma de uns e de outros.

Todas essas considerações foram-nos sugeridas pelo convite que a exma. Sra. Da. Ondina Pereira dos Santos está enviando, com árduo trabalho, a todas as donas de casa. Este convite diz o seguinte:

“As filhas de Maria, do Externato São José vêm mais uma vez solicitar o concurso generoso de V. Excia. Junto das suas empregadas, e das que em serviço de pessoas família e relações de V. Excia., para que as mesmas participem da Comunhão Pascoal coletiva, que se realizará no dia 27 de abril, na igreja abacial de São Bento. Nosso Senhor não se deixará vencer em generosidade diante dos sacrifícios que fará V. Excia., dispensando as suas domésticas de algumas horas de serviço”.

Este convite obriga em consciência a todas as mães de família. Mesmo porque, se cuidarem da formação moral e religiosa de suas criadas, estarão, em última análise, cuidando de seus próprios filhos. Pois é sabida a influência deletéria que têm os criados imorais sobre a educação das crianças.


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