Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Missas e homenagens

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 25 de setembro de 1938, N. 315, pág. 2

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No Rio, a Comissão Central Pró Beatificação da Irmã Zelia mandou rezar, no dia 20 p.p., na matriz de Copacabana, uma Missa votiva, em intenção da prosperidade pessoal do sr. Francisco Negrão de Lima, ministro interino da justiça.

Pois bem, certo jornal desta Capital, naturalmente com a melhor das intenções, noticiou que a Missa votiva fora em “homenagem” ao sr. Negrão de Lima.

O leitor menos avisado, ao ler aquela notícia, poderia pensar que o ilustre titular interino da Justiça fora colocado sobre o altar, entre círios acesos, durante o ofício sagrado e diria consigo: terá a Santa Igreja canonizado ao sr. Negrão de Lima, ainda em vida?

De fato, isto é o menos que se poderia pensar, em vista dos termos da reportagem aludida. Como se sabe, qualquer Missa é dita em adoração a Deus, e em louvor, isto é, em homenagem a algum santo. A causa desta homenagem é o alto grau em que o santo reproduziu em si as virtudes de Cristo. Louva-lo é, portanto, dar glória a Cristo e às virtudes de Cristo. Louva-lo é, portanto, dar glória a Cristo e a Deus.

Estas verdades, porém, estão por tal forma esquecidas, que não é raro ver-se bobagens como essa: foi rezada uma missa em “homenagem” a fulano...

A Missa não é uma simples solenidade aparatosa para prestar homenagens, mas é a mais alta culmineia a que o homem pode atingir na terra. Pois é nela que se continuam a realizar as núpcias da Divindade com a humanidade.


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