Plinio Corrêa de Oliveira

 

Comentando...

O problema da mendicidade

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 25 de setembro de 1938, N. 315, pág. 2

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Temos em mãos o relatório do Serviço de Estatística Policial de São Paulo, concernente ao inquérito realizado nas “duas modelares instituições”: Vila Mascote e Colônia Agrícola de Bussocaba, mantidas pelo zelo inexcedível da Assistência Vicentina do Dr. Braulio de Mendonça Filho e do Dr. Vicente Melillo. A primeira destas instituições destina-se ao abrigo de mendigos inválidos; a Colônia Agrícola tem por fim a reeducação dos falsos mendigos, vagabundos, desajustados sociais, etc.

Neste relatório, feito com admirável lucidez, lealdade e segundo a mais rigorosa, observação encontram-se inúmeros dados interessantes, de que daremos uma amostra.

Em primeiro lugar, verifica-se que a maior parte dos asilados em Vila Mascote são solteiros ou viúvos, representando os casados apenas 25% dos internados. Donde concluir judiciosamente: “a falta da família influi decisivamente na derrota do homem”.

Como isto soa diferente de certa propaganda divorcista, que é toda uma literatura de cordel, feita de exclamações românticas e sem base na realidade!

Outro aspecto interessante é o movimento espiritual. Verifica-se que 95% dos internados são católicos, e levam uma intensa vida religiosa. Tão grande é a influência da Religião no problema da mendicância que o relatório conclui: “todo o problema social é, rigorosamente, um problema religioso”.

Há, porém, um último aspecto que não será talvez dos mais brilhantes para o povo de São Paulo. No ano de 1937, em Vila Mascote, e na Colônia de Bussocaba, foram socorridas 1.419 pessoas, e no ano de 1936 o valor das roupas doadas foi de 28:990$000.

Ora, para uma cidade de 1.200.000 habitantes, e das mais opulentas, é pouco, é muito pouco... É necessário que São Paulo seja mais generosa...


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