Plinio Corrêa de Oliveira

 

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A “Benção das rosas”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 9 de outubro de 1938, N. 317, pag. 2

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Cogita a prefeitura de comemorar a entrada da Primavera com uma exposição de flores, a realizar-se nos baixos do novo Viaduto do Chá. A esse respeito, o sr. Guilherme de Almeida, chefe da Divisão de Expansão da Cultura, fez a imprensa interessantes declarações. Disse o conhecido poeta ter havido em São Paulo, a partir de 1583 uma cerimônia religiosa na entrada da Primavera: a “Benção das Rosas”, que consistia, principalmente, numa procissão, em que as moças compareciam coroadas de rosas; debaixo do palio ia o sacerdote conduzindo a imagem de Nossa Senhora, também coroada de rosas.

Acrescentou o sr. Guilherme de Almeida ser ideia do Departamento de Cultura, ao projetar a anunciada exposição de flores, reviver simbolicamente esta velhíssima tradição paulistana, pois que – são palavras textuais de S. S. – reconstituí-la, tal como era celebrada, não é coisa possível no tempo, e no ambiente atual de São Paulo.

Não vemos bem essa impossibilidade. Em primeiro lugar, as autoridades eclesiásticas dariam, com prazer, a sua aprovação a semelhante solenidade. Seria, por acaso, excessivamente provinciana, e, por isso, incompatível com o ambiente moderno de nossa Capital? Também não achamos essa razão suficiente. Pois já não se realizou uma Congada em pleno centro de São Paulo, patrocinada pelo mesmo Departamento de Cultura.


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