Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Coisas do racismo

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 5 de março de 1939, N. 338, pag. 2

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Com o advento do racismo italiano — cópia servil do racismo alemão, apesar de todos os protestos em contrário — a imprensa a fascista começou a publicar fotografias de tipos representativos do povo italiano, para provar a superioridade da raça.

Foi assim que o “Giornale della Domenica” estampou o retrato da Marquesa Paternò di Sessa como reclame da beleza romana. Entretanto, esta senhora não esteve pelos autos, e processou o jornal, pois que a referida publicação não havia sido autorizada.

Ora, nós aqui compreendemos muito bem que a sra. Marquesa, portadora de um dos mais belos nomes da aristocracia romana, não queira servir de anúncio para pastas de dente, legumes em conserva, racismo e quaisquer outros produtos de qualidade duvidosa. Isto, porém, não está ao alcance dos dirigentes do movimento. Acreditamos, mesmo, que ficaram assaz desconcertados com o protesto da Marquesa. Pois não há, hoje em dia, quem pratique ações desabonadoras só para ver o retrato no jornal? Hitler, Mussolini e outros menores não mantêm custosas repartições só para representá-los em poses de fazer efeito? E eis que, no entanto, a dona de tão bela presença se irrita com a publicidade gratuita — note-se bem, gratuita — que se lhe faz dos dotes físicos!

É verdade que não lhe pediram autorização. Não importa; a beleza da Marquesa Paternò é considerada atributo de um rebanho humano, que é a quanto o racismo reduz um povo. Não se leva em conta os direitos que cada um tem sobre a própria pessoa. Não têm a mínima importância as tradições e o refinamento da aristocracia italiana, que são, verdadeiramente, um motivo de orgulho nacional, como eminente valor moral e, por isso mesmo, autenticamente humano. Para a democratização igualitária e cafajeste do estatismo fascista não há diferença entre linhagem e “pedigree”. Esta distinção é-lhe demasiado subtil...


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