Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Bom senso

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 13 de outubro de 1940, N. 422, pag. 2

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Reuniu-se, em fins do mês de Setembro, no Rio de janeiro, a 1.ª Conferência Nacional de Defesa contra Sífilis. Esta assembleia, toda ela constituída de médicos reputados em todos os Estados do país, examinando o problema gravíssimo das infecções motivadas pelo desregramento dos costumes, à luz exclusiva da ciência, chegou a várias conclusões, que vem sendo o ensino tradicional da Igreja a este respeito. Assim, por exemplo, a Conferência aprovou a tese de que o melhor meio de conservar íntegra a saúde da mocidade consiste em guardar castidade até o casamento. Para isto deve ensinar-se aos jovens que a pureza, ao contrário de ser prejudicial, só é benéfica à saúde. Além disso, devem ser combatidos o cinema e as publicações imorais, que pela sua torpe sedução, inculcam a corrupção de costumes.

Como já estamos longe daqueles tempos obtusos em que, contra toda evidência, se pregava, em nome da ciência, que a castidade era anti-higiênica! Vemos agora uma reunião de cientistas pregar verdades exatamente opostas.

Mas nem tudo vai, ainda, num mar de rosas. Ainda existem entre nós uns últimos fósseis daquela época pré-histórica, como o inevitável sr. Maurício de Medeiros, que se pôs a criticar as conclusões da Conferência. Este apressado convertido da Aliança Nacional Libertadora, homem carregado de preconceitos, não acha possível que, num clima quente, como o do Brasil, se guarde a castidade. Não sabemos o que diria se o nosso clima fosse frio, nem nos interessa. Nós é que temos a pretensão de o convencer do contrário.

Diz-se que as senhoras persas têm o hábito de perfumar-se com alhos e cebolas. Iremos nós discutir com elas para convencê-las de que devem preferir as boas composições de [perfume] Lanvin? Perfume-se, portanto, o sr. Maurício de Medeiros como bem entender, embora desejasse que seu olfato fosse melhor. O que não admitimos é que nos venha a dizer que o cheiro dos alhos e cebolas é uma delícia, e que, fora daí, não há, nem pode haver, outra espécie de aroma.

Aliás, entre a ciência do sr. Maurício de Medeiros e a da 1.ª Conferência Nacional de Defesa contra a Sífilis, cremos não haver escolha possível. Além do que basta um pouco de bom senso e de bons costumes para se perceber que a verdade está com a Conferência. Os que pensam de outro modo, não o fazem por amor da verdade. A razão é muito outra...


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