Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Na escola de nossos inimigos

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 10 de agosto de 1941, N. 465, pag. 2

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Já não é a primeira vez que abordamos o assunto: sendo radicalmente diversa a finalidade visada pela Igreja e a que o é pelas seitas contrárias à Igreja, daí se segue que os meios a empregar para atingir tais finalidades devem ser também radicalmente diversos, só podendo haver entre os mesmos uma semelhança meramente acidental. Esta reflexão, que surge logo à primeira vista, mais e mais se confirma quando se vai aprofundando o assunto à luz da doutrina católica, tal como é definida pela autoridade da Igreja.

Ora, como todos sabem, existem, atualmente, dois grandes movimentos anticatólicos a operar no Brasil, a respeito dos quais já se manifestou a autoridade eclesiástica: as campanhas protestantes e espírita. Estes dois movimentos usam de uma mesma tática em seu proselitismo, tática que consiste, em primeiro lugar, em não atacar abertamente a Igreja, e, depois, em confundir-se, astuta e sorrateiramente, quanto possível, ao catolicismo, para desta forma atrair os incautos, pescar em águas turvas.

Quanto ao espiritismo, este processo é evidente. A cidade está salpicada de centros espíritas, que levam o nome dos Santos venerados entre nós com maior devoção. E quem não sabe que os espíritas vivem espalhando por aí que a sua doutrina se harmoniza perfeitamente com a doutrina cristã?

Quanto ao protestantismo, basta citar a celebérrima Associação Cristã de Moços, que, embora visceralmente protestante, constitui ainda, para muita gente, um enigma indecifrável, por causa da maranha de suas manobras.

Isto deve ser para nós, católicos, uma preciosa indicação no combate a estes inimigos. Se eles querem confundir os campos, nós queremos esclarecê-los; se eles querem misturar-se conosco, nós queremos separar-nos deles. No que apenas obedecemos às insistentes diretrizes da Santa Sé sobre a matéria. A Igreja sempre vê com péssimos olhos as iniciativas interconfessionais, só as tolerando em casos muito restritos e especialíssimos. Não foi outra a causa da condenação do “Sillon”, por parte de Pio X. Portanto, nada de confusões. No combate ao protestantismo e ao espiritismo, os católicos devem olhar com desconfiança tudo o que não seja exata e explicitamente católico.


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