Plinio Corrêa de Oliveira

 

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Cisternas rotas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 30 de abril de 1944, N. 612, pag. 2

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Telegrama do Rio informa-nos que, o sr. Stanislaw Fischlowitz, antigo representante da Polônia no Bureau Internacional do Trabalho, e que há três anos reside no Brasil, antes de partir para os Estados Unidos, onde participará da Conferência do Trabalho, declarou o seguinte:

“Vamos ver como se reajustará a situação dessas grandes massas humanas que estão mobilizadas. Esses milhões de homens terão de reintegrar-se na vida civil e precisamos fazer que o seu retorno não produza abalos sociais. Temos muito ainda que ver, como por exemplo, a socialização definitiva. O pobre não pode pagar médico e depois da guerra ele não pagará. O próprio Bureau Internacional do Trabalho terá de ser reformado para readaptar-se às novas condições de vida entre os povos. Posso adiantar que o plano Beveridge servirá de base para os estudos e discussões da Conferência, e suas resoluções”.

É inacreditável a obstinação dos homens em prosseguir no caminho errado, procurando resolver problemas que, afinal, só existem por causa das idéias que eles querem continuar a pôr em prática. “Se o Senhor não construir a cidade, em vão trabalharão os que querem edificá-la”. E esta gente, e estes técnicos, continuam a manipular o monstrengo que lhes saiu das mãos. Que é que eles querem? A humanidade já não está bastante infeliz e supinamente ridícula? Isto tudo já não é um quadro de Portinari? Eles já não deformaram bastante a fisionomia do homem?

Eles pretendem assentar as bases do novo mundo!... Mas, que é que eles sabem do homem? Que é que eles sabem das profundidades da alma humana? Que é que eles sabem dos misteriosos destinos da humanidade? Que é que eles sabem de Jesus Cristo? Com a sua mísera antropologia, eles só conhecem o que não é humano nos homens, aquilo que trai, que mente o homem. Eles abrem os olhos diante das maiores riquezas, e nada veem, porque eles negaram em si mesmos estas riquezas. São cegos, e se querem fazer guias de cegos. Eles lá, na sua bela Conferência, vão discutir os insondáveis destinos dos homens como quem discute os problemas da pecuária. Eles não levarão em conta a personalidade humana, nem a graça de Deus, nem a Redenção de Cristo, nem a Igreja nem a vida eterna. Eles nada querem saber desta carga incomensurável de valores naturais e sobrenaturais que são a realidade mais consistente de nossa vida. Eles, no homem, só veem um feixe de instintos e de reflexos, que eles querem organizar de acordo com suas combinaçõezinhas técnicas.

Já sabemos o mundo que eles nos vão preparar: um mundo de escravos, um mundo de bárbaros. Até que Deus sacuda o mundo pelos polos, para destruir as obras da iniquidade.


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