Plinio Corrêa de Oliveira

 

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O fim da guerra

 

 

 

 

 

 

 

 

Legionário, 23 de julho de 1944, N. 624, pag. 2

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O Hitlerismo está vencido. Sobre esta verdade já não podem pairar dúvidas. A vitória das nações democráticas é, hoje em dia, um fato inevitável que virá necessariamente. Hoje, amanhã, ou depois? Não importa. A guerra vai terminar. A era do sr. Adolf Hitler chega ao ocaso. “Dispersit superbos mente cordis sui”. O deus do nazismo, adorado em um momento de desvario, começa a manifestar a sua natureza miseravelmente humana. Aquele que perseguiu a Igreja de Deus, vai experimentar a humilhação e o opróbrio, e terá o mesmo fim melancólico, o mesmo fiasco ridículo, que experimentaram todos os perseguidores.

Ora, este ocaso da Segunda Grande Guerra está caracterizando-se por alguns fatos notáveis, e, até mesmo, paradoxais. Enumeremo-los sumariamente:

Noticiaram os jornais terem sido aprisionadas, na frente normanda, tropas russas, que aí lutavam em manobras de contra invasão. Este fato foi explicado alegando-se que, como a Alemanha está grandemente depauperada em seu potencial humano, lança mão das populações dos países ocupados. Isto não impediu, contudo, que estas tropas lutassem com denodo e fossem comandadas por oficiais russos, estando apenas sob as ordens de uma alta patente germânica. Esta última parte da notícia, por sua estranheza, não foi explicada.

Outro fato de suma importância, é o funcionamento, em Moscou, de um comitê de alemães livres, formado, na sua quase totalidade, de oficiais alemães capturados em campanha. A Rússia é assim o único país em que existem alemães livres, oficialmente reconhecidos pelo governo. Este comitê procura, por todos os meios ao seu alcance, convencer aos alemães da Alemanha: a) que a presente guerra está militarmente perdida para os germânicos; b) que é melhor que a Alemanha repudie Hitler e seus asseclas, a fim de salvar o essencial, como por exemplo, o Exército.

Em seguida, devemos observar a seguinte circunstância: o número verdadeiramente espantoso de generais alemães que se tem rendido aos russos nestes últimos tempos. Simultaneamente, começa-se a falar que o Estado Maior General alemão já está preparando os planos da III Grande Guerra, que será deflagrada depois de recuperado o equilíbrio perdido pelo fracasso nazista. E para culminar tudo, acrescente-se o atentado contra a vida do sr. Adolf Hitler, planejado no seio do exército.

Evidentemente, o sr. Hitler é “bananeira que já deu cacho” e, por isso, vai ser cortada. Mas, da soqueira, outras bananeiras nascerão, que darão cachos a seu tempo. Aproxima-se a hora dos alemães livres da Rússia, dirigidos pelo neto de Bismarck.


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