Plinio Corrêa de Oliveira

 

 

O embuste comunista da luta contra

o nazi-fascismo

 

 

 

 

Legionário, 23 de dezembro de 1945, N. 698, pag. 5

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A se acreditar na linguagem dos corifeus do comunismo, a Rússia soviética foi, no mundo inteiro, o único baluarte do povo sofredor na luta contra o nazi-fascismo.

A realidade, porém, é bem outra. É sabido que a Rússia soviética sempre manteve um embaixador junto ao governo fascista de Mussolini.

E até a ocasião do rompimento das relações entre a Rússia soviética e a Alemanha nazista, Hitler achou que podia perfeitamente unir a luta pelo poder na política interna do III Reich e as mais amistosas relações com o governo do Kremlin. Uma semana após a conquista do poder, a 7 de fevereiro de 1933, o chanceler Adolf Hitler declarava, na primeira entrevista concedida, em suas novas funções, ao “Daily Express” de Londres: “O problema comunista é exclusivamente um problema interno da política alemã”. A 21 de março do mesmo ano, declarava perante o Reichstag: “O governo deseja manter com a União Soviética relações amistosas proveitosas para ambas as partes”. Foi dentro deste espírito que ele renovou a 5 de maio de 1933 o tratado germano-russo de abril de 1925, a que seguiu o famoso acordo de Rapallo de 1922.

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Não desejamos levar ao acervo do nazismo o tratado de Rapallo, nem tão pouco o de 1926. Mas convém lembrar que o tratado de 1925 expirara em 1931 e que nem Bruening, nem Von Papen, nem Schleicher, chanceleres anteriores a Hitler, o haviam renovado. Foi o III Reich que reatou as mais estreitas relações com Moscou, após dois anos de relativa frieza.

A 30 de janeiro de 1934, ainda mais uma vez Hitler falava no Reichstag dos “interesses comuns dos dois países”. A 27 de março de 1934, a Alemanha nazista e a Rússia soviética concluíram um acordo financeiro e econômico, renovado em abril de 1935, e os russos declararam, sem contradita alguma da parte da Alemanha, que Berlin lhes havia feito proposições semelhantes, mesmo durante o ano de 1936, o ano de Nuremberg.

Finalmente, em 1939, para que a Alemanha nazista pudesse atacar a Polônia, e a Rússia soviética pudesse se apossar da Finlândia, da Estônia, da Letônia e da Lituânia, foi firmado o célebre pacto Ribbentrop-Molotov.

Depois de tudo isto, que valor atribuir à luta antinazifascista dos comunistas?