Mamãe me tinha ensinado a amar Nosso Senhor Jesus Cristo!

Auditório Nossa Senhora Auxiliadora, 22 de abril de 1994

A D V E R T Ê N C I A

Gravação de conferência do Prof. Plinio com sócios e cooperadores da TFP, não tendo sido revista pelo autor.

Se Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:

“Católico apostólico romano, o autor deste texto  se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto,  por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.

As palavras “Revolução” e “Contra-Revolução”, são aqui empregadas no sentido que lhes dá Dr. Plinio em seu livro “Revolução e Contra-Revolução“, cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de “Catolicismo”, em abril de 1959.

Em comemoração feita por filhos espirituais do Prof. Plinio, por ocasião da festa de nascimento de sua Mãe, Dona Lucília Ribeiro dos Santos Corrêa de Oliveira (* 22-4-1876 + 21-4-1968), abaixo, as palavras que o líder e intelectual católico pronunciou.

A respeito do assunto, veja-se por exemplo o que escreveu o Prof. Roberto de Mattei em sua obra “O Cruzado do século XX – Plinio Corrêa de Oliveira” (Editora Civilização, Porto, 1997, obra prefaciada pelo Cardeal Alfons Maria Stickler S.d.B.)

 

[música]

Meus filhos, com 85 anos eu passei, durante minha longa vida, por toda espécie de emoções. E sempre o que eu notei em mim foi uma placidez, uma calma, uma uniformidade de emotividade que fez com que eu passasse pelas circunstâncias mais emocionantes sem, entretanto, sentir em mim que as cordas mais delicadas do afeto tivessem sido tocadas.

Entretanto, ontem, creio que já anteontem, a respeito de alguma coisa da cena mais emocionante que houve em minha vida que foi o encontro meu com minha Mãe que já não estava lá, que Deus tinha chamado a Si, foi minha entrada no quarto dela e que ela acabara de fazer um grande nome do Padre e expirar… Imediatamente eu fui chamado para ir ao quarto dela contíguo, mas ela já não estava lá; não a alcancei… Eu senti a imensidade que nos separava. Deus nos unia! Bastava dizer que Deus nos unisse para compreender que tudo que une nos unia.

Entretanto a verdade é que Deus nos unindo – e isto basta -, Deus nos unindo, Nossa Senhora nos unindo – também isto basta, porque Nossa Senhora onde está, está com Ela Deus -, bem, apesar de tudo isso, quando entrei no quarto e que dei com o corpo dela já sem vida, e que eu compreendi… [emociona-se] não adianta. Eu ia falar, eu ia dizer que eu compreendi que aquelas mãos que tanto me haviam acariciado não me acariciariam mais… que aqueles lábios que tantas coisas me haviam ensinado, não me ensinariam mais… [emociona-se] que eu senti uma porção de coisas… eu senti também que naquele momento se dava alguma coisa comigo que me sacudia inteiro. Nunca! Nunca em minha vida eu tivera uma emoção igual ou comparável àquela.

É bem verdade que naquela ocasião, para explicar um pouquinho a umas três ou quatro pessoas que estavam no quarto dela o porquê eu chorava – mas chorava a caldai -, eu expliquei que Mamãe me tinha ensinado a amar Nosso Senhor Jesus Cristo… [emociona-se] tinha ensinado a amar Nossa Senhora!… tinha ensinado a amar a Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana. Estava tudo dito! Tudo o que eu pudesse dever a ela, eu devia. O modo pelo qual ela fez excelentemente isto ainda aumentou a dívida. E o meu afeto para com ela não tinha palavras que devidamente eu exprimisse.

Mas, por essa cena, eu senti toda minha sensibilidade vir à tona, e pensei: felizmente está mencionando isso, mas não vai mencionar amanhã. Porque se ele mencionar isto amanhã, eu sou capaz de ser traído pelos meus sentimentos e sou capaz de derramar aqui as lágrimas que eu derramei lá…

Sou capaz de, na primeira vez de minha vida, de dizer: “eu não me contive”.

Os srs. viram aqui duas ou três vezes, nestas palavras, que o que eu receava se deu; duas ou três vezes eu não me contive e aquele afeto, que não tem palavras no vocabulário humano que descreva adequadamente, aquele afeto subir de novo em mim.

Não vou enfrentar este sentimento mais forte do que tantos outros que tenho subjugado ali!

Eu vou, portanto, encerrar as minhas palavras dizendo o seguinte: eu não poderia dizer nada e a todos e a cada um dos que estão aqui nesta sala do que o seguinte.

A esse afeto que me ligava a ela, gradualmente as circunstâncias foram ligando a todos os srs. E a todos os srs. eu englobo no afeto que tenho a ela.

Que ela nos aproxime de Nossa Senhora, do Sagrado Coração de Jesus e da Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana!

Era o que eu tinha que dizer.

[aplausos e música]

Por Maria!

[Tradição! Família! Propriedade!]

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