Santos mártires da Tebaida: admiração, pedido e confiança

Plinio Corrêa de Oliveira

Santo do Dia, 27 de julho de 1970

A D V E R T Ê N C I A

O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da TFP, mantendo portanto o estilo verbal, e não foi revisto pelo autor.

Se o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:

“Católico apostólico romano, o autor deste texto  se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto,  por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.

As palavras “Revolução” e “Contra-Revolução”, são aqui empregadas no sentido que lhes dá o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em seu livro “Revolução e Contra-Revolução“, cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de “Catolicismo”, em abril de 1959.

 

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No Egito, em torno aos anos 250 DC, foram publicados os editos de Decio e Valeriano que condenavam à morte todos os que professassem a lei do Evangelho. Foram muitos os que, assim, obtiveram o “prêmio demasiadamente grande por toda a eternidade”

Eis os santos do dia de hoje: São Celestino I, Papa e confessor. Condenou Nestório, bispo de Constantinopla, e destronou Pelágio; convocou, contra o mesmo Nestório, o Concílio Ecumênico de Éfeso. Século V.

“Santos mártires da Tebaida: um desses cristãos foi brandamente ligado sobre uma alcatifa de flores. Chegou-se-lhe então uma desavergonhada para provocá-lo à luxúria. Ele, porém, cortou com os dentes a própria língua e cuspiu-a na face da sedutora”.

“Bem-aventurada Maria Madalena de Martinengo, virgem. Da ordem das freiras menores Capuchinhas. Sua relíquia se venera em nossa capela. Séc. XVII.”

Vamos anotar como especialmente precioso o exemplo que nos foi dado por este santo mártir da Tebaida.

Os senhores viram o que fez. Ele foi amarrado em coxins deliciosos. E aproximou-se depois uma “fassura” para tentá-lo para o pecado contra a castidade. Querendo manifestar seu horror contra o que essa mulher estava fazendo e também sufocar por uma dor o bramido da tentação, ele cortou a própria língua com os dentes e cuspiu na mulher.

A gente tem a impressão de que o mais terrível é cortar a língua com os dentes. Não! O mais terrível é ficar sem ela! Quer dizer, ao que esse homem se condenou para a vida inteira? À mudez, para não cometer um pecado contra a castidade.

O que devemos pedir a esse santo? Que ele nos dê o mesmo horror à impureza, de maneira tal que sejamos capazes de qualquer sacrifício, ainda que seja para a vida inteira, a fim de nos mantermos firmes na pureza.

Compreendo que um ou outro dos senhores poderia me dizer: “Mas Dr. Plinio, o Sr. não vê que isso é sobre-humano? O Sr. não vê que é uma coisa que causa estremecimento ao homem inteiro, da cabeça aos pés, a perspectiva de um sofrimento desses? Como o Sr. elogia isso e dessa maneira?”

Não acho que isso seja sobre-humano. Eu acho que é muito mais do que sobre-humano: é sobrenatural. Porque o sobre-humano é próprio ao super-homem. O sobrenatural não; é uma coisa que está acima da natureza de qualquer homem.

O homem, por amor a um princípio, por sua natureza não é capaz de fazer isso. Nenhum, absolutamente nenhum! Mas para isso existe Nossa Senhora, que nos obtém a graça, que é um recurso sobrenatural, para nos dar as energias para fazer coisas dessas.

Não devemos, portanto, estar nos perguntando: “eu seria capaz de fazer isso?” Admire e deseje, que na hora, se for preciso, Nossa Senhora dará! Admire, deseje, peça, que obterá. Isso que é preciso fazer!

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