São João Batista (24/6 festa de seu nascimento): modelo dos que dizem NÃO à Revolução

Santo do Dia, 24 de junho de 1965

A D V E R T Ê N C I A

O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da TFP, mantendo portanto o estilo verbal, e não foi revisto pelo autor.

Se o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:

“Católico apostólico romano, o autor deste texto  se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto,  por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.

As palavras “Revolução” e “Contra-Revolução”, são aqui empregadas no sentido que lhes dá o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em seu livro “Revolução e Contra-Revolução“, cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de “Catolicismo”, em abril de 1959.

 

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São João Batista Herodes Antipas (Pieter de Grebber, cerca de 1640 – Museum Palais des beaux-arts, Lille)

São João Batista é o homem que disse a Herodes, aquilo que hoje ninguém tem coragem de dizer à Revolução. Ele disse essas palavras: A ti não é lícito. Quer dizer, não pode!

Diante de Herodes ele disse: A ti não é lícito ter por mulher a esposa do teu irmão. Herodes vivia em adultério e isso foi dito a Herodes. E por causa disso ele pagou com a cabeça. Mas aquele que era o modelo da penitência; aquele que foi chamado para preparar as almas para receber a Nosso Senhor; exatamente, diz o Fillion, abatendo as colinas, quer dizer, quebrando o orgulho — comentário do Fillion –, ou preenchendo os vales, quer dizer, eliminando a impureza — comentário do Fillion.

Os senhores vêem, portanto, que a função dele era eliminar os dois defeitos que são as causas da Revolução (*).

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Salomé (Guido Reni, – c. 1633)

Aquele que de tal maneira calcou aos pés o orgulho e a impureza, foi também uma magnífica manifestação do destemor. E acabou morto por causa disso.

Os senhores dirão: ele acabou morto. De que adiantou?

Adiantou aquilo que dizia Santo Agostinho. Santo Agostinho tem um trecho magnífico em que ele imagina a cabeça de São João Batista trazida a Herodes para ver e Herodes olhando para aqueles olhos. E os olhos de São João Batista cerrados e Santo Agostinho dizendo: nunca um olhar humano penetrou tão fundo como o olhar desses olhos cerrados e mortos, dentro do olhar de Herodes.

O homem que abate a impureza, o homem que luta contra o orgulho, o homem que diz as verdades à impiedade e corta o caminho da impiedade, era digno de ser o precursor de Nosso Senhor Jesus Cristo.

E segundo tudo indica, não há de nenhum modo certeza a este respeito, ele pertencia àqueles contemplativos do Monte Carmelo, que são os nossos antepassados, exatamente como carmelitas (**).

Razões outras tantas para nós rezarmos a São João Batista esta noite, pedindo que nos dê isto: o ódio aos dois vícios que são os defeitos da Revolução e esta coragem de dizer a verdade integral na cara de quem quer que seja.

(*) Ver  “Revolução e Contra-Revolução”  de Plinio Corrêa de Oliveira.]
(**) O autor e seus seguidores eram membros da Ordem Terceira do Carmo.

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