Parte II

Primeira seção

N° 1

 

 

 

 

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Um homem, uma obra, uma gesta – Homenagem das TFPs

a Plinio Corrêa de Oliveira
 

EDIÇÕES BRASIL DE AMANHÃ
Rua Javaés 681 – São Paulo
Impressão e acabamento
Artpress – Papéis e Artes Gráficas Ltda.
Rua Javaés 681 – São Paulo
s/d (1989)

Parte II

Quando TFPs somam seus esforços

Primeira seção

Livros publicados por várias TFPs

 

1 - "Revolução e Contra-Revolução", fonte de inspiração, programa de vida e denominador comum das atividades das 15 TFPs

Considerando-se em seu conjunto as atividades das 15 TFPs, e de Bureaux para Representação que atuam em várias partes do mundo, chama desde logo a atenção certo aspecto marcadamente polimórfico de sua ação incessante.

Nas páginas do presente livro, freqüentemente encontrar-se-ão lances contra o comunismo, contra o socialismo, contra o progressismo católico, contra o permissivismo e contra outros tantos "ismos", ao par da atividade cultural e filantrópica própria das TFPs. Contudo, não se diria que estas entidades têm tão mais em vista um desses "ismos", que por aí fosse possível defini-las. Por exemplo, haveria exagero em afirmar que as TFPs são entidades especificamente anti-socialistas ou anticomunistas. Ou que são entidades especificamente antiprogressistas. Dir-se-ia, então, que elas têm uma pluralidade de fins. Entretanto, percebe-se que, na perspectiva em que se colocam, todos esses pontos de mira têm como que um denominador comum, que é sempre o objetivo visado pelas TFPs.

Qual é esse denominador comum, que confere unidade a atividades e campanhas por vezes tão díspares?

A resposta a essa pergunta pode ser encontrada em Revolução e Contra-Revolução, de Plinio Corrêa de Oliveira (*). Mas o resumo que dela a seguir se dará excede de muito, em proveito, à finalidade limitada de responder a tal pergunta.

(*) Dessa obra foram publicadas [até a data de publicação da presente obra, 1989, n.d.c.] duas edições em português, cinco em espanhol, três em italiano, duas em inglês e duas em francês. Estampada originariamente em "Catolicismo", foi transcrita na íntegra ou parcialmente em revistas da França, Itália, Espanha, Argentina, Chile e Angola. Total: 94 mil exemplares. 

 

Em "Revolução e Contra-Revolução", livro-base que é a fonte de inspiração das 15 TFPs, Plinio Corrêa de Oliveira descreve a crise do homem ocidental e cristão que se desencadeou a partir do fim da Idade Média. A pseudo Reforma protestante, a Revolução Francesa e o Comunismo constituem as três etapas dessa crise e, nesse sentido, Lutero, Danton e Lenin são três personagens emblemáticos do processo destrutivo da Civilização Cristã. Embaixo, a queda da Bastilha

 

NESSE ESTUDO, publicado em 1959, pouco antes da fundação da TFP brasileira, o autor mostra como certas forças e correntes de pensamento se conjugaram, a partir do século XV, para eliminar a nota cristã da cultura e da civilização ocidental, destruir a Igreja Católica e, assim, varrer da face da terra os frutos da Redenção de Nosso Senhor Jesus Cristo. Fundamentalmente, essas forças manipulam as paixões desregradas do homem, em particular o orgulho e a sensualidade, e empregam o sofisma, as maquinações políticas e as pressões econômicas a fim de realizar sua obra demolidora.

A primeira grande e, por assim dizer, coletiva explosão dessas paixões se produziu no domínio cultural e artístico, com o Humanismo e a Renascença; e, no religioso, com a Pseudo-Reforma protestante. O orgulho, atuando como força propulsora, provocou, no plano religioso, a recusa da autoridade suprema do Papa como monarca da Igreja, e dos Bispos como hierarcas desta. Em certos lugares, chegou ele à negação do Sacerdócio. No movimento humanista da Renascença, a admiração fanática pela arte greco-romana serviu de pretexto à introdução do naturalismo e do hedonismo na cultura como nos costumes públicos e privados da Europa cristã.

Todos esses fatores acumulados provocaram uma outra explosão: a Revolução Francesa de 1789. Esta segunda revolução consistiu essencialmente em proclamar a trilogia Liberté, Égalité, Fratérnité, preparando e impondo, a partir de então, transformações na estrutura hierárquica do Estado e da sociedade, análogas àquelas que visava o protestantismo na estrutura da Igreja.

O igualitarismo e seu corolário, o liberalismo, que a Revolução Francesa havia difundido pelo mundo, não tardaram em atingir a última esfera da ordem cristã ainda mais ou menos intacta: o domínio econômico. Os germens do socialismo utópico, já presentes na Revolução Francesa, se disseminaram pela Europa, e, depois, pelo mundo, no decurso dos séculos XIX e XX. Em meados do século XIX, esses germens produziram o socialismo científico, ou comunismo. É a terceira Revolução, que pretende eliminar a última desigualdade existente, a da condição social e da fortuna.

Entretanto, antes de atingir o seu termo, esta Revolução materialista, atéia e igualitária, já se desdobra em uma quarta Revolução. Esta constitui um fenômeno complexo, que comporta a desagregação total do Estado, substituído por miríades de corpúsculos sociais largamente autogestionários, a abolição virtual da família e da propriedade individual, e a reforma do homem, o qual, freudianamente "libertado" de todo freio, é chamado a viver dando livre curso aos seus instintos.

Assim, uma sociedade não sacral, completamente igualitária e anárquica, é o grande objetivo para o qual tende o processo revolucionário.

Em Revolução e Contra-Revolução, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira coloca o acento sobre o fato de que esta grande Revolução global, de que nós assistimos à fase final, não é principalmente um fenômeno político ou sociológico, mas em profundidade é, sobretudo, uma transformação de caráter moral e religioso, que se comunica a todos os aspectos da personalidade humana. Deste modo, o gérmen revolucionário penetra na Igreja e no Estado, nos costumes, na arte e na cultura, na ordem política e econômica.

Face ao Moloch revolucionário, a Contra-Revolução – como Plinio Corrêa de Oliveira a concebe – é muito mais que uma tese em um livro: é um ideal que convida o homem moderno a rejeitar em bloco todos os aspectos da Revolução laicista e igualitária, e a restaurar em seus fundamentos, tanto em sua perenidade quanto em sua atualidade, a ordem espiritual e a ordem temporal cristãs.

Cada TFP defende, em sua pátria respectiva, esse ideal contra-revolucionário. 

 

Entre uma campanha contra a Reforma Agrária, promovida por alguma das TFPs, e outra, contra um filme blásfemo, na aparência nada há de comum. Na realidade, tanto a espoliação da Reforma Agrária quanto a blasfêmia do filme preparam os espíritos para um termo final, que é a aceitação das teses revolucionárias, tais como são criticamente descritas na obra "Revolução e Contra-Revolução".

 

Cabe agora retornar à pergunta inicial: qual o denominador comum das campanhas tão diversas, quer em seus objetivos, quer em seus métodos, que as TFPs vêm realizando em seus repectivos países?

Tendo presente as teses do livro Revolução e Contra-Revolução, a resposta não é difícil. A Revolução representa uma caudalosa torrente de acontecimentos das mais diferentes ordens, que entretanto guardam entre si uma unidade profunda. As TFPs procuram, tanto quanto possível, erguer barreiras à Revolução em seu todo, e também promover a Contra-Revolução. De maneira que elas agem com intensidades diferentes, em campos diversos, na medida em que os acontecimentos vão abrindo flanco a uma atuação. Donde a mútua solidariedade entre as atividades das TFPs, as quais se contrapõem a outra unidade paralela: a unidade da própria Revolução.

Exemplificando: entre uma campanha contra um filme blasfemo de Godard, e outra, contra a Reforma Agrária, na aparência nada há de comum. Na realidade, tanto a blasfêmia do filme, como a espoliação da Reforma Agrária, preparam os espíritos para um termo final. Esse termo é a aceitação, mais próxima ou mais remota, pelo indivíduo ou seus descendentes, das teses revolucionárias globalmente consideradas. É preciso ter isto em vista para compreender que, por toda parte onde encontrem uma possibilidade de fazer algo contra a Revolução, na proporção de suas forças, as TFPs o fazem.

Sendo elas, por enquanto, uma força minoritária em relação ao conjunto da Revolução, adotam o processo de todas as minorias em luta contra as maiorias, que é o processo que os guerrilheiros descrevem para explicar como atacam os exércitos: – "Se o inimigo ataca, eu recuo; se ele recua, eu o persigo; se ele pára, eu o fustigo; se ele se reagrupa, eu me disperso" (*). Mutatis mutandis, isto é aplicado pelas TFPs. As minorias valorizam – é natural – sua maior agilidade, sua maior coesão, sua maior vivacidade, porque não se é grande impunemente. Paga-se por isso um preço, e o preço é a menor vivacidade, a menor concatenação, a menor mobilidade.

Assim continuarão agindo as TFPs, ao menos enquanto não se transformarem na maioria que desejam e esperam ser.

(*) Esta fórmula é de Mao Tsé-Tung. Mas já vinte séculos antes dele, Sun Tsé dizia: "Evita o inimigo quando ele está forte; ataca-o quando ele recua; não o deixes em repouso mesmo se estás fatigado e não fiques à espera de que ele venha exercer sua vingança". 

 

Acima, edições de "Revolução e Contra-Revolução" (da direita à esquerda): em lituano, russo, bielo-russo, italiano, estoniano, húngaro e alemão (cuja capa reproduz o busto-relicário de Carlos Magno, que se venera na cidade de Aachen)

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