Plinio Corrêa de Oliveira

 

A Revolução nos ambientes e a atitude dos contra-revolucionários

 

- I -

 

 

 

 

 

 

 

  Bookmark and Share

 

A D V E R T Ê N C I A

O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da TFP, mantendo portanto o estilo verbal, e não foi revisto pelo autor.

Se o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério tradicional da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:

“Católico apostólico romano, o autor deste texto  se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto,  por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.

As palavras "Revolução" e "Contra-Revolução", são aqui empregadas no sentido que lhes dá o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em seu livro "Revolução e Contra-Revolução", cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de "Catolicismo", em abril de 1959.

Apresentação

As considerações aqui registradas foram feitas pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em janeiro de 1967, em duas reuniões destinadas a alguns sócios da TFP. Sucessivas adaptações – nos textos extraídos “ipsis verbis” das duas gravações em fita, com o que a matéria se tornou aproveitável por todos os Sócios e Cooperadores de qualquer região ou cidade do País.

Aqui está um conjunto de princípios – magistralmente expostos pelo Prof. Plinio – relativos à conduta dos contra-revolucionários face aos ambientes engendrados pela Revolução.

Esses princípios, como o próprio estudo irá mostrar, devem ser aplicados por todos os sócios e cooperadores aos respectivos ambientes onde exercem o combate à Revolução igualitária e gnóstica. A própria fisionomia moral do contra-revolucionário: a vida interna da sede; o estilo, a decoração e o “espírito” da sede; o trato entre os sócios e cooperadores; tudo, enfim, deve ser objeto de uma aplicação metódica dos princípios aqui expostos.

Cor Sapientiale et Immaculatum Mariae,

Opus tuum fac !

*     *     *

I - A Revolução não existe apenas no plano teórico, mas se manifesta, concretamente, nas pessoas, nos costumes e nos ambientes. E ela toma aspectos próprios e característicos locais nos diversos ambientes atingidos

1. A Revolução não existe nas nuvens

Algumas pessoas não são adestradas para serem o contrário, diametralmente, da mentalidade revolucionária que impregna alguns meios que freqüentam. Não têm consigo mesmas a preocupação de serem diametralmente o contrário do espírito revolucionário que existe em torno de si. Fazem o seguinte raciocínio: "Do que é pecado a gente não gosta e o combate; do que é heresia a gente não gosta e a combate. A heresia e o pecado são coisas universais, e, portanto, nós combatemos valores universais ou antivalores universais. Nós não estamos em condições - nem há razão para isso - de combater características locais, as quais constituem, aliás, o que há de bom, o que há de bonito na sociedade orgânica etc."

Acontece que a Revolução não existe nas nuvens. Ela em cada lugar toma um aspecto. E não adianta a gente querer ter um espírito contra-revolucionário livresco se a gente não tem o espírito contra-revolucionário oposto ao espírito revolucionário tal como ele existe em torno de nós.

2. Verdadeiro dever de vida espiritual

Tem-se a impressão de que em algumas pessoas a visão disso não é muito clara, e que tudo quanto se tem dito sobre os ambientes, as mentalidades deles, é tido como se fosse uma teoria sociológica que fica nas nuvens, como se fosse literatura, e não como um verdadeiro dever de vida espiritual.

3. A Revolução nos ambientes e o amor de Deus

Nisso eu encontrei sempre, em alguns, uma espécie de pouco caso, uma coisa assim como quem diz: "Não, o importante é a gente não pecar contra a castidade, cumprir os mandamentos, ler a R-CR (Revolução e Contra-Revolução) e outros livros que nos formam do ponto de vista contra-revolucionário. Essa história de ambientes revolucionários... Bem, isso é um fundo de quadro, mais ou menos científico, que querem pôr no assunto, mas que para efeitos práticos a gente não tem que tomar em consideração".

Ora, tem-se que tomar em consideração. Por quê? Porque o espírito de qualquer ambiente revolucionário diz diretamente respeito ao 1º Mandamento, ao amor de Deus. É algo que quebra, que prejudica o amor de Deus. Como o amor de Deus é o meio que nós temos de nos santificarmos, a essência da santificação é o modo pelo qual nós tomamos energia para o cumprimento dos outros mandamentos, é o que dá até valor ao cumprimento dos outros mandamentos, porque o mandamento que não for cumprido por amor de Deus não vale nada. Uma debilidade no 1º Mandamento debilita todo o resto, e tira ao apostolado a sua fecundidade.

Continua


Bookmark and Share