Capítulo IV

 

 

5. As profundidades da Revolução

 

 

 

 

 

 

 

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O pensador brasileiro distingue na Revolução três profundidades que, cronologicamente, até certo ponto se interpenetram.

A dimensão mais profunda é a das tendências. Quando as tendências desordenadas do homem recusam conformar-se com uma ordem de coisas que as deveria guiar e corrigir, começam por modificar as mentalidades, os modos de ser, os costumes e as expressões artísticas.

Dessas camadas profundas, a crise passa para o terreno ideológico. É a Revolução nas ideias. O Prof. Plínio recorda a frase de Paul Bourget na sua célebre obra "Le démon du midi": "cumpre viver como se pensa, sob pena de, mais cedo ou mais tarde, acabar por pensar como se viveu" (52). Inspiradas pelo desregramento das tendências desordenadas, eclodem doutrinas novas. Estas procuram por vezes, de início, um modus vivendi com as antigas, e exprimem-se de maneira a manter com estas um simulacro de harmonia que habitualmente não tarda em romper-se numa luta declarada.

A revolução nos factos segue-se à revolução nas ideias, onde passa a operar, por meios cruentos ou incruentos, a transformação das instituições, das leis e dos costumes, tanto na esfera religiosa como na sociedade temporal (53).

Notas:

(52) Paul BOURGET, "Le démon de midi", Librairie Plon, Paris, 1914, vol. II, p. 375.

(53) Plínio CORRÊA DE OLIVEIRA, "Revolução e Contra-Revolução", cit., p.23.

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