Plinio Corrêa de Oliveira

 

A quebra e a desagregação do

prazenteiro mundo burguês

Haverá solução para quem vive na contradição? Palavras de luz e de esperança

 

 

 

Encerramento SEFAC (Semana Especializada para a Formação Anticomunista), 17 de julho de 1972

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A D V E R T Ê N C I A

Gravação de conferência do Prof. Plinio com sócios e cooperadores da TFP, não tendo sido revista pelo autor.

Se Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito:

“Católico apostólico romano, o autor deste texto  se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto,  por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.

As palavras "Revolução" e "Contra-Revolução", são aqui empregadas no sentido que lhes dá Dr. Plinio em seu livro "Revolução e Contra-Revolução", cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de "Catolicismo", em abril de 1959.


 

 

Alteza Imperial e Real;

Reverendíssimo Senho Padre Olavo Trindade;

Senhores Diretores membros do Conselho Nacional da Sociedade de Defesa da Tradição, Família e Propriedade;

Senhores Diretores da TFP Chilena, Argentina e Uruguai que nos honram e alegram com a sua presença;

Senhoras;

Meus caros congressistas.

Não sei se vos ocorreu quanto há de estranho e ao mesmo tempo de admirável nesse fato de que às onze e dez da noite, desta noite do século XX, deste noturno século XX, às onze e dez da noite, numa sala, numa cidade que estua de progresso e de riqueza material, numa sala dessa cidade aonde os jovens se entregam nesse momento, ou ao prazer, ou ao estudo que os prepara para a vida, para a carreira e para as alegrais da existência terrena, neste momento, uma sala cheia de jovens, nesta sala, um coro canta um cântico de há dois mil e quinhentos anos atrás, e nada menos do que isso.

É um gemido, é uma lamentação ao profeta Jeremias, de antes de Cristo portanto, que nos dá o quadro desolador de uma cidade abandonada de uma cidade deserta, de uma cidade em ruínas, e o profeta, que antevê a ruína dessa cidade, entretanto florescente no momento em que ele fazia sua profecia – o profeta que antevê essa ruína diz: - “O que aconteceu com essa cidade, que era antigamente como uma rainha no meio de seus filhos, o que aconteceu com essa cidade que governava todas as províncias do povo eleito, o que aconteceu com ela, que ela está abandonada, ela está sentada de lado; todos os seus amigos desertaram dela, as suas vias choram porque estão vazias, não há mais quem as freqüente. O que aconteceu ó contigo, cidade gloriosa; ó contigo, cidade eleita, para que do alto e da culminância de tua glória e de teu poder, tu te vistes arrastada a esse estado de desolação e de miséria?”

Esses são os sentimentos que o canto sagrado, engendrado pela Igreja Católica exprime de modo tão harmonioso com o texto do profeta Jeremias, e que se conclui com essa exclamação: “Jerusalém, Jerusalém, converte-te ao Senhor teu Deus; Jerusalém, Jerusalém, converte-te ao Senhor teu Deus”. O que eqüivale a dizer: Jerusalém, quando eras cidade que amava a Deus, que era por Deus amada e que lhe retribuía todo o seu amor; Jerusalém era a rainha do povo eleito; esse povo, que pela graça e pela promessa era o rei da terra. Jerusalém, em certo momento, deixou de amar o Deus que a amava, Jerusalém perdeu sua glória e perdeu seu lustre, Jerusalém ainda rica, ainda poderosa, já estava com o selo da morte gravado sobre a fronte. O profeta o previa e ele dizia: “Em pouco tempo tua glória terá passado, em pouco tempo, tua riqueza será nada; em pouco tempo, teu presente estará destruído. E, ó tu, rainha, estarás destronada porque tu deixaste de amar aquele de quem te vinha toda a tua glória, toda a tua grandeza, todo o teu poder. Deixaste de ser agradecida para o teu grande Benfeitor. E assim, Jerusalém, retirou-se de ti aquele de quem vivias. Morrerás, morrerás fatalmente. Todos os teus recursos de nada te adiantam enquanto não te converteres a Deus. E ele concluía: - Converte-te, portanto. Porque o resto é para ti abominação, desolação e miséria”.

Este cântico velho de dois mil e quinhentos anos, meus caros amigos, este cântico é de uma atualidade pungente se nós consideramos que ele é entoado da corola do que há de mais interno de uma grande cidade do progresso moderno, de uma dessas muitas babéis que o progresso e a técnica acumulam pelo mundo afora, que estão no momento no ápice de sua grandeza; cidades tão imensas que nunca pensaram ser tão grandes; tão ricas, que nunca pensaram ser tão ricas; e que entretanto, é coisa espantosa, se nós não nos determos apenas nas aparências materiais, mas se nós olhamos para as realidades espirituais mais profundas; se nós olharmos para os sintomas da vida social e até da vida econômica, nós vemos que são cidades trabalhadas por uma crise tão grande como elas e que ameaça, de um momento para outro, tornar-se maior do que elas.

Cidades de correria, cidades de tropelia, cidades de aflição, cidades de angústia, cidades de luta, cidades de poluição, cidades de desordem, cidades em que os problemas se multiplicam uns por cima dos outros formando babéis de interrogação maiores do que as babéis de cimento que o progresso levantou.

Cidades nas quais é evidente que uma agitação com uma causa única, com uma razão única, se desenvolve em sintomas múltiplos, de maneira tal que a gente se pergunta: - o que aconteceu com essa cidade? O que foi feito de sua riqueza? O que foi feito do seu poder para ela não poder mais dominar os germens de degenerescência que nele se encontram?

E nós então voltamos os nossos olhos para as folhas da imprensa. Nós ouvimos a televisão, ouvimos o rádio e palavras novas, fórmulas novas, conceitos novos, que há dez anos atrás ainda ninguém ouvia, nós vemos que saltam desses instrumentos de comunicação social, como pedras que nos agridem. Fala-se de contestação, fala-se de hippismo, fala-se de luta de classes, fala-se de desordem, fala-se de toda espécie de crimes, fala-se de toda espécie de fórmulas novas de desagregação social. E nós nos perguntamos: isso tudo, no seu conjunto, o que representa? Fala-se de “establishment”.

O que vem a ser, definidamente, establishment? O que é essa imensa luta em que o establishment parece se decompor, se desagregar e se desfazer. Afinal de contas, a quantas estamos?

Essa pergunta, que foi objeto de várias respostas durante a Semana de Estudos e Formação Anticomunista, de que participastes, essa pergunta deve estar respondida de modo sintético na conferência de encerramento, porque é em função dela que ides lutar. Vós deveis ter bem em mente qual é a força e qual é a fraqueza, qual é a glória e qual é a vergonha do colosso debaixo de cuja sombra viveis. Vós deveis ter bem em mente qual é o seu inimigo, o que vós deveis fazer para com ele, o que vós deveis fazer por ele, o que vós deveis fazer contra ele. E é com uma visão simples, com uma visão clara, com uma visão definida desse quadro, que daí nasce não só a visão de vosso dever, mas a visão da viabilidade de vossa missão.

Que é que vem a ser, antes de tudo, o establishment? Muitas vezes se fala disso, mas me parece que nessa conferência de encerramento, uma noção inteiramente clara a respeito do assunto, vale a pena ser enunciada.

A palavra “establisment”, como vós bem sabeis, vem do inglês e poderia traduzir-se para o português como estabelecimento. Estabelecido é aquilo que repousa firmemente nas suas próprias bases; é aquilo que está, que é estável, que é firme. O establishment é, portanto, na linguagem dos povos anglo-saxônicos o conjunto das estruturas sociais de uma determinada nação ou de uma determinada área de civilização, ou é o conjunto dos homens que ocupam os lugares dirigentes dessas estruturas sociais, que são os homens estabelecidos por excelência; quer dizer, que têm uma base firme, uma vida firme, uma situação organizada; que por causa disso, com maior ou menor riqueza representam a parte estável da sociedade, a parte que vai para a frente da sociedade, a parte que anda na sociedade, e que representa, portanto, o centro de gravidade da sociedade. Esse é o establishment.

Qual é a posição do establishment nos dias de hoje? A posição do establishment em face da doutrina católica se marca por uma estranha contradição. Porque ele é, ao mesmo tempo, a justaposição de uma série de tradições que emanam dos velhos séculos da civilização cristã; uma série de convicções religiosas que são decorrentes da adesão ao magistério da Igreja Católica, pelo menos nos países católicos e, ao mesmo tempo, um modo de sentir, um modo de viver, um modo de tocar a existência terrena que não tem relação com isso, que forma -- no que diz respeito à tradição católica e à cultura católica e à religião católica  -- como que um outro todo que não tem com ele nenhum nexo; e que até entra com ela em contradição.

O establishment, visto no seu aspecto pejorativo, quer dizer, descontados os elementos que constituem sempre exceção às regras boas, como às regras más e tristes, descontados esses elementos o establishment é, por definição, situado sobre uma contradição, e esta contradição é a alegria e a aflição da vida do homem típico do establishment.

Para o homem típico do establishment, se nós lhe perguntarmos:

- o senhor tem religião?

Ele dirá: - tenho, certamente.

Pergunta-se-lhe: qual é a sua religião?

- Católica, Apostólica, Romana.

- Mas o senhor então crê em tudo quanto a Igreja crê?

- Naturalmente, creio.

O senhor pratica tudo quanto a Igreja manda?

A segurança é menor: “Bom, eu cá faço o que posso. Eu não estou assim pensando em religião. A minha vida é muito dura. Eu tenho aqui meu balcão onde eu vendo coisas; eu tenho meu escritório; tenho minha indústria. Eu tenho que pensar nisso. Eu tenho mulher e filhos, eu quero fazer carreira. O senhor compreende: eu tenho só 50 anos, tenho só 60 anos, ainda tenho muito que viver. Até os 90 eu tenho muito dinheiro para ganhar: eu tenho o futuro diante de mim. De maneira que eu não tenho minha atenção muito voltada diretamente para esses problemas religiosos. Mas assim quando eu penso nisso etc., etc., em linhas gerais eu creio que sim; eu pratico mais ou menos o que a Igreja manda praticar”.

- Então, o senhor está satisfeito consigo como católico?

- Sim...

Ele já começa a estranhar a pergunta. Já a pergunta começa a se tornar, para ele, impertinente.

– “Sim, estou satisfeito comigo como católico”.

A gente dirá a ele: “Mas, afinal de contas, o que, afinal de contas, o senhor quer fazer da vida?”

Ele diz: “É simples. Eu espero – e aí o establishment se divide em dois ramos, há alguns que são mais francos – diz: Bem, eu sei que, no fundo, que eu violo a doutrina da Igreja, na ação. Eu sei que eu peco. Mas, há pregadores que me dizem que o inferno não existe mais. É simpático, até. Eu confesso que tenho dormido melhor depois que eu tenho ouvido dizer isso. São, assim, pregadores progressistas, arejados, que me dizem que esses velhos dogmas são do tempo da Inquisição, o inferno foi uma inquisição montada por Deus. Mas Deus, agora, aposentou seus atributos de inquisidor. Deus não tem mais o ar de um monarca que domina o céu e a terra, mas de um presidente da república camarada, que toca a coisa à la sufrágio universal, e que governa contando um pouco com nosso apoio, com nossa simpatia. Nós somos o eleitorado de Deus e Ele precisa um tanto de nós, para que ainda haja gente dentro da Igreja Católica. Compreende? Ele não pode ficar com a Igreja Católica vazia. Ele prometeu que a Igreja não morreria. Se ele mantiver a antiga doutrina ela se esvazia inteiramente, ela morre, Ele precisa também de nós. Então, parece que essa história de inferno ele encerrou.

“Há outros padres que não são tão radicais. Não dizem que o inferno acabou, mas dizem que praticamente ninguém cai no inferno. É um verdadeiro azar alguém cair no inferno. Eu, por mim acho que vale a pena levar uma vida gostosa e correr o risco. É um azar pequeno, segundo dizem esses pregadores, eu levo uma vida deliciosa, eu dou esmolas, mando celebrar umas missas, de vez em quando rezo um pouquinho – quando me dá vontade, nas horas de aflição, quando estou doente eu rezo, quando eu preciso de dinheiro, eu rezo. Enfim, quando eu preciso que Deus para qualquer coisa, não deixa de ser verdade que eu me lembro um pouco dele. Bem, eu espero com isso ser da quota majoritária e privilegiada que à última hora se pendura no gancho. O senhor já pensou, Dr. Plínio, que bom negócio?

“Eu peco, peco, peco, à última hora levo uma absolvição e vou para o céu. E que mau negócio o seu, que mau negócio o dessa gente da TFP: luta, se esbalda, sofre, não faz o dinheiro que eu faço; não adquire a importância que eu adquiro; não leva a vida larga que eu levo; não tem a importância de um manipulador de milhões como sou eu, e depois, no fim, se encontra comigo lado a lado no céu. Que coisa engraçada hein! Quando morrermos juntos e que formos aí no caminho do tribunal da penitência, do tribunal de Deus, quero dizer, do juízo individual, juízo privado, o senhor se sentirá apertado por alguém. Olha, e sou eu, pecador. O senhor levou a sua vida de luta, eu levei minha vida de conforto. Eu corri um riscozinho, o senhor não quis correr risco nenhum. Azar seu. O senhor levou uma vida ruim, eu levei uma vida boa. No fim, nos encontramos juntos, ou quiçá eu mais na frente do que o senhor. Porque, afinal de contas, eu fiz dinheiro e dei esmola. O senhor não fez dinheiro, não deu esmola. Eu passei ainda na frente do senhor”.

Outro, outro -- e será bem mais raro -- dirá pura e simplesmente o seguinte:

- “Eu não creio no céu, nem no inferno, não me amole com essas questões”.

Mas este é a exceção. Em geral, a posição establismentária em face da religião e dos seus deveres, é essa.

Por causa disso também, o homem do establishment tem horror a certas perguntas. Se a gente lhe perguntar o seguinte: -- eu vi uma vez uma pessoa perguntar mais ou menos isso a um dos cresos de São Paulo. Esse creso falava das fábricas que tinha, eram centenas. Do trabalho que as fábulas lhe dão, era não sei quanto. Alguém que estava junto dele lhe fez a seguinte pergunta:

- Fulano, quanto por cento do seu dinheiro você gasta para levar uma vida bonita? Para ter uma bonita casa, para comprar obras de arte para se cultivar, para ornar o seu espírito, para praticar a virtude?

Diz ele: - “não pode, é preciso investir. Reinvestir de novo. Eu fico com uma parcela pequena daquilo que eu ganho. Sua pergunta, disse ele, ressente ao aristocratismo antigo, em que o indivíduo tinha dinheiro para levar uma boa vida. O plutocrata moderno não quer mais levar uma boa vida. Ele quer apenas acumular dinheiro sobre dinheiro, reinvestir par reinvestir e ser cada vez mais rico”.

A interlocutora - os senhores estão vendo que a pergunta tinha a sagacidade feminina – a interlocutora perguntou a ele:

- “Mas mais rico, mais rico para quê? No fim, o que é que você vai fazer desse dinheiro?”

Diz ele:

- “Bem, é os outros, sentirem que se eu quisesse eu gastaria, é os outros sentirem que eu manobro milhões e que quem manobra milhões, manobra milhões de homens. É sentirem que eu posso ser nocivo ou posso ser favorável a quem eu quiser e que milhões ficam dependendo de mim”.

Então, a pessoa perguntou:

- “Está bom, e o que é que você lucra com isso? Do que adianta admirarem em você o luxo que você teria e não tem? De que te adianta admirarem em você um poder que em última análise, você exerce apenas uma parcela, em parcela do que você poderia exercer? Porque você fica com aquela história: eu poderia dar isso, poderia dar aquilo, mas não dá nada para ninguém para reinvestir, em última análise ninguém recebe nada de você e, portanto, seu poder é um poder ilusório. Você morre, o que ficou de sua vida?”

Um resmungo, voltar as costas: “Mas você…!” Porque a pergunta incomoda.

Qual é a finalidade dessa vida? Qual é a razão de ser dessa vida? Que vida essa vida monta para os outros? É uma vida que, debaixo do ponto de vista do luxo público, é pomposa. Quem olha para os arranha-céus tem a impressão de superposição de palácios. Não define o arranha–céu como uma superposição de caixotes, mas uma superposição de palácios. Quem vê uma grande avenida asfaltada, passando automóveis, não se dá conta de que aquela gente vai correndo para um lugar, correndo para outro, aflita, preocupada. Olha apenas para o automóvel que desliza sobre o asfalto, e diz: - “Que beleza! Como essa máquina é poderosa! Depois, como essa lataria é azul, ou vermelha, ou verde! Como ela está bem equipada. Como é agradável ver essa torrente de ouro representada por esse mundo de automóveis que circula pela cidade! Que coisa bonita! Que coisa estupenda!”

Mas quando a gente analisa mais de perto, os apartamentos são acanhados, a vida é dura, o automóvel é uma espécie de gaiola de metal que leva a gente correndo, através de ruas e ruas, de um lugar para outro, sem que a gente tenha o tempo de passear, de se deter, de olhar alguma coisinha, de examinar alguma outra, de conversar com alguém, mas não se tem tempo, tem que se ir correndo, tem que se ir correndo, e ainda a gente vai mais aflito do que no tempo em que se andava de carruagem a cavalo, porque quer atravessar depressa o lugar onde está o luminoso azul ou  verde para poder passar, para o vermelho não trancar.

Quer dizer, tudo isso é um conjunto de aflições, é um conjunto de excitações, que a poluição e que toda a desordem do mundo contemporâneo agravam.

A super organização: cada vez mais a gente vai se sentindo um simples número, a gente não é mais alguém, a gente não é alguma coisa. Cada um de nós faz parte de duas, três, quatro organizações que têm fichas, que impõe obrigações que devem ser cumpridas em horário certo, a gente tem que correr para cumprir essas obrigações, se não cumprir tem um desconto, se cumprir tem uma promoção; depois tem tal outra coisa para chegar a tal aposentadoria para tal documento de segurança; até chegar a um ponto que a pessoa tem a sua vida na aparência blindada contra toda espécie de inseguranças e de apreensões; na realidade, entretanto, povoada de preocupações, povoada de tormentos, povoada de lutas.

Então, é impossível evitar a impressão de que essa sociedade está numa desagregação, que essa sociedade se encontra numa crise da qual o próprio burguês, o próprio homem do establishment hoje em dia se vai dando conta mais do que nunca. Porque nas suas horas de lazer, nas horas em que ele está entregue a si mesmo, em que ele não pode deixar de pensar a respeito do sentido do que ele está fazendo, nessas horas por certo, o homem do establishment vê que ele está numa contradição; que ele tem uma vida que não tem sentido; que ele organizou a sua vida na base de um laicismo e de um laicismo insincero.

Ele se diz crente em Deus e filho da Igreja, mas a sua vida é uma vida que é exclusivamente para si mesmo e para sua própria vantagem; e do Céu ele quer apenas o necessário para gozar vantagens lá. O Céu é para ele um supremo instituto de aposentadorias e pensões, onde ele vai e onde não lhe interessa muito que haja Deus. Ele apenas quer que não haja inferno e que ele possa a gozar da existência de algum modo lá.

E ele compreende que nada disso resiste à análise, que nada disso é sério. Ele compreende que nada disso tem razão de ser. E para ele, nas suas horas de vácuo, nas suas horas de aflição, nas suas horas de tormento, ele naturalmente sente que o mundo em que ele baseou toda a sua felicidade, toda a sua vida, é um mundo trincado, é um mundo que não subsiste, é um mundo que se desagrega.

E o terror para ele é exatamente quando ele abre as folhas dos jornais, ele ouve falar de hippismo, de contestação, de terrorismo, de revolução social, de quanta outra coisa e ele então compreende o seguinte - e isso com terror para ele – ele compreende que outros mais lógicos do que ele, tiraram as conseqüências daquilo que ele não ousou tirar; são certos princípios que outros mais lógicos tiraram as conseqüências.

Se a vida é feita para gozar - responde o hippie ao milhardário - se a vida é feita para o prazer, ainda que seja o prazer de ser poderoso e de iludir milhões a respeito de seu próprio luxo, se a vida é feita para o prazer, então a vida não deve ser feita para o esforço, porque o esforço é o contrário do prazer; a vida não deve ser feita para normas, porque a norma nos impõe de fazermos coisas que nós não quereríamos. A vida deve ser feita para o deixar estar, para o deixar correr, para o entregar-se completamente ao capricho e à imaginação.

E não há vantagem que pague, nesta terra, tudo quanto o homem paga pela sua civilização. Estudar em pequeno, submeter-se às regras da educação que exigem tantas vezes uma verdadeira ascese, entrar num curso, aceitar um emprego, levar a vida inteira fazendo coisas que a gente não quereria, para ter o pequeno prêmio de dentro de suas faustosas babéis que oferece ao mundo contemporâneo, a sociedade e a estrutura contemporânea, diz um hippie: “isso não vale a pena. É mau negócio e eu tiro minhas conseqüências. Eu abandono tudo isso. Eu deixo a sociedade estável e entro para o mundo instável, o mundo da aventura, o mundo da fantasia, o mundo da precariedade”.

O burguês detesta a aventura, o burguês prevê, o burguês planeja, o burguês detesta a fantasia, ele recorre à técnica para lhe dizer o que deve fazer. O burguês detesta o imprevisto, o burguês age de acordo com métodos que a técnica lhe indicou, normas que são condição para ele ser alguma coisa na sociedade. Está bom! “Eu hippie, deixo tudo isso. Eu vou viver ao léu e vou erigir como princípio normativo da vida, o seguinte: é gostoso ter fantasias, é gostoso fazer o que me dá na cabeça, eu vou levar a vida do homem que vive como lhe dá na cabeça”.

“Então, desmazelo completo, roupas ao léu, as mais cômodas possíveis e as menos extensas possíveis – porque a roupa ainda é uma preocupação. E tanto quanto possível, mais vale a pena caminhar para o nudismo, que é a despreocupação total. Maneiras, nenhumas”.

Os senhores têm visto andar pela rua esses pobres miseráveis, com caras estuporadas. A gente passa, olham para a gente, assim, tentam sorrir ou cumprimentar, andando assim ostensivamente, como quem não tem itinerário definido, não sabe onde vai, rola de um lado para outro, come como um bicho onde encontrar comida para comer, onde tem sombra, deita; quando tem vontade de andar, anda e faz tudo quanto lhe dá na cabeça. E nós temos, então, a sociedade da negação de todos os valores, que se forma em face da sociedade que afirmou uma tabela de valores, mas como nós veremos daqui há pouco, afirmou de um modo errado. Nós temos o não mais rotundo, nós temos o hippismo nos seus três coloridos.

Há um hippismo que nós poderíamos chamar hippismo “branco”, desde que se pusesse vinte aspas depois de cada lado da palavra branco. É branco apenas porque há outros mais negros do que ele. É o hippismo da vagabundagem, é o hippismo do amor livre, é o hippismo da – outra palavra nova que não existia antigamente – o hippismo do unissex, o hippismo miserável do gaypower, o hippismo da vida sem profissão definida, a não ser uns pequenos trabalhinhos feitos provavelmente para disfarçar o dinheiro que recebem às ocultas, de fontes ocultas, para viver realmente de acordo com o nível mínimo que a vida contemporânea exige, para não morrer de fome.

Esse hippismo é branco porque não é tão terrível quanto o hippismo que vem depois, e que é o hippismo negro. É o hippismo satânico. O satanismo entra pelos domínios do hippismo a dentro. E ele, através do hippismo, organiza a volta de Satanás à terra.

O mundo inteiro foi abalado, anos atrás, por um crime que é o símbolo do hippismo negro, mas que é um crime que não é um fato isolado, mas é um ponto dentro de uma série de outros pontos, de uma série de outras ignomínias que o hippismo negro tem feito. Os senhores se lembram do famoso assassinato, nos Estados Unidos da América, daquela Sharon Tate, por um Manson, um grupo de hippies, que entram numa casa de família, que mata uma moça, mata outras pessoas, mata por querer matar, com o sangue das vítimas escrevem na parede: “piggs”, quer dizer, porcos. São burgueses, que se cevam nos prazeres da civilização burguesa. Então, são porcos. Eles abandonam essa gente à execração pública e declaram que fizeram isso em união com Satanás, por um culto satânico, para fazer o mal, para liquidar tudo quanto existe, porque assim deve ser.

Um amigo meu, um amigo nosso que veio recentemente dos Estados Unidos, contou-nos que nos Estados Unidos, terra onde essas coisas vicejam extraordinariamente, nos Estados Unidos vai de tal maneira se multiplicando o número de casos de hippismo negro que ele, na entrada da catedral de São Patrício, nos Estados Unidos, viu homens com capas pretas, vendendo revistas de culto a Satanás, para os católicos que quisessem entrar. A capa preta era a capa da cor do demônio! E muito establismentariamente, os católicos entravam correndo, porque era hora da missa, olhavam para aquilo e diziam: - “Bem, isso aqui é o culto a Satanás”. Uma coisa normal, como se fosse qualquer outra coisa... a aberração passou a se tornar normal hoje em dia. E entravam para rezar, cogitando de seus próprios interesses privados, que eles iam expor a Deus Nosso Senhor.

Os senhores vêem congressos de bruxas nos Estados Unidos e na Inglaterra, que indicam um desenvolvimento do satanismo no mundo, extraordinário. As revistas satânicas na Inglaterra se multiplicam enormemente. O satanismo é o consectário do hippismo, porque nós podemos dizer que diante de Deus, com o seu universo organizado, com o seu Céu com as legiões de anjos e a perspectiva da terra, da Igreja e dos santos que haviam de encher o céu, Deus fazia às vezes, ou era a personificação da ordem e do bem.

E houve um primeiro que disse, que não queria leis, que não queria autoridades, que não queria ordem, que queria agir de acordo com aquilo que dentro das peculiaridades da natureza angélica nós poderíamos chamar “a sua fantasia” e por isso clamou “não servirei”. E foi precipitado no inferno.

Quer dizer, o hippismo é o satanismo tem uma conaturalidade extraordinária. E, aos poucos nós vamos ver como o hippismo branco vai sendo absorvido pelo hippismo preto, de maneira tal que nós podemos considerar o hippismo branco como uma periferia do hippismo negro, e nada mais.

Além disso, nós temos o hippismo vermelho. Qual é o hippismo vermelho? É o terror. A manifestação mais recente e mais aguda desse terror foi aquela série de terroristas que no aeroporto de Tel-Aviv, ou de Jerusalém não me lembro bem, disparou a êsmo umas rajadas de metralhadora para matar quem matasse; um jovem japonês, líder dessa equipe, declarou nos jornais – e o “Estado de S. Paulo” e a “Folha” e reproduziram dias atrás – declarou formalmente que eles fizeram isso não para matar chefes de Estado, não para matar homens poderosos, mas para matar gente do povo, porque eles queriam que se entendesse que a organização deles é uma organização que quer liquidar tudo quanto existe: que até as casas populares têm que ser trucidadas, têm que ser eliminadas para construir um mundo novo, que vai ser, dizia ele enigmaticamente, um novo Paraíso terrestre sem pecado original.

Quer dizer, um brumoso estado novo do homem, em que o homem, posto em circunstâncias especiais, não vai mais ter luta interna, poderá fazer tudo quanto quiser, não precisará mais de disciplina nem nada, viverá no mundo como num Paraíso. Quer dizer, é uma verdadeira negação do dogma do pecado original e uma espécie de negação de que os efeitos do pecado original sejam indeléveis, como ensina a Igreja. E a afirmação de que haverá um modo de organizar o homem tal, que o homem não precise mais dessas coisas e possa viver na anarquia a mais completa.

É claro que o homem do establishment, colocado diante desse quadro, estremece. Ele estremece porque ele sente que, se realmente a vida existe não para o Céu, mas para a terra, não para Deus mas para o próprio homem, no fundo bem pode ser que o hippie tenha razão. Que ele seja o errado e que seja realmente preciso jogar tudo por terra. Porque há um princípio filosófico que diz que a partir do absurdo, qualquer coisa se pode legitimamente construir; e a partir desse absurdo de que Deus não exista, ou a partir desse outro absurdo de que Deus existindo, a vida do homem não foi feita para Deus, mas para o próprio homem, a partir disso tudo se pode concluir. E tanto se pode concluir que para o homem convém essa civilização, como se pode concluir que para o homem convém arrasar com essa civilização e arrasar com qualquer civilização.

A conseqüência disso é que, embora o número dos não hippies seja incomensuravelmente maior do que o número dos hippies, embora isso seja assim, no próprio seio, na própria mentalidade dos não hippies, a dúvida germina. Eles não têm respostas válidas a dar, eles se sentem inseguros, eles percebem que eles têm força para segurar um pouco o mundo de hoje, mas que eles não têm força para evitar que apareça o mundo de amanhã, que é o contrário do mundo de hoje.

Porque se o homem hoje sofre e sofre muito no mundo deles, nada poderá evitar que eles não dando solução a esses sofrimentos, o homem deixa se perguntar: por que não acabar com tudo isso? Por que não derrubar tudo isso para ver se assim a gente não sofre? Essa pergunta é inevitável. Ela está na marcha da lógica, como ela está na marcha da história. E só algum fator novo que apareça, irrecorrivelmente se caminha para lá.

Então, as molezas; então, as fraquezas; então as condescendências, os temores - porque não dizer? - a conivência e a secreta simpatia do burguês establismentário típico da regra geral, por esse mundo que ameaça devorá-lo? Ele não tem outro caminho diante de si se não aplaudir o carrasco que vai destruir o edifício que ele construiu, e que depois vai demolir a ele, porque construiu esse edifício. Ele ainda tem que sorrir.

Entretanto, por mais incrível que seja, tomado nas tenazes desse drama terrível, o varão do establishment não vê aí o seu pior inimigo. Há um inimigo que o atormenta mais do que tudo, um inimigo do qual ele fugiu a vida inteira: é a sua própria consciência, que nas horas de vazio não lhe diz apenas o que eu acabei de mencionar há pouco – quer dizer, que o mundo que ele construiu está baseado na contradição – mas lhe diz uma outra coisa, diz o que o profeta Jeremias dizia há dois mil e quinhentos anos atrás para a cidade de Jerusalém: Jerusalém, Jerusalém, converte-te ao Senhor teu Deus.

“Ó magnata poderoso, ó micro magnata micro poderoso, ó simples vendeiro abastado, ó dono de um pequeno posto de gasolina de estrada que está espantado da pequena riqueza que mini acumulou em torno de si, pense um pouco: não há outro caminho?

“Quando você era menino, você não recebeu certas impressões a respeito da religião católica? Você se lembra ainda de sua mãe? Você se lembra ainda de sua aula de religião? Você se lembra ainda de sua primeira comunhão? Você se lembra de tal imagem de Nossa Senhora? Você se lembra de tal igreja em que você entrou em tal ocasião? Você se lembra de tal vida de santo que contaram uma vez diante de você e você se lembra de algo que se mexeu em você nessas horas? E que lhe disse a fundo:

Ouça e preste atenção: o caminho deve ser outro, é um caminho árduo, mas é um caminho de lógica a partir da verdade e do bem, a partir da fé e da moral. Siga esse caminho por mais árduo que seja, e uma luz te acompanhará ao longo dessa vida. Não será a luz do ouro, não será a luz dos olhos risonhos do bajulador, não será a luz dos fogos da propaganda, não será a luz fictícia ou factícia desse mundo terreno. Mas é uma luz interna, que os olhos não vêem, mas que a alma percebe. É uma paz, é uma segurança em que você poderá sentir que em torno de você todos os riscos se levantam, todos os perigos ameaçam desabar sobre você. Mas sem embargo, você continuando firme, você continuando no seu propósito, você, no seu último alento, sentirá que valeu a pena você viver, que você cumpriu o seu dever e que você poderá fazer suas as palavras de São Paulo: eu percorri o caminho que deveria percorrer, eu cheguei até o fim do meu caminho, eu combati o bom combate, ó Deus, dai-me agora o prêmio de vossa glória.

Esse momento valerá, o momento da morte que todos temem, valerá por toda a tua vida, você morrerá podendo dizer: benditas as estrelas que me viram pequenino, bendito o momento em que minha mãe disse, nasceu um homem; porque eu cumpri o meu dever. Eu compareço diante de Deus, talvez sangrando na alma por tudo quanto eu sofri, pelas ingratidões, pelo abandono, pela negação, pela incompreensão, pela perseguição, mas ao menos, ó meu Deus! eu nunca disse “não”, eu sempre disse “sim” e eu sinto que chegou o momento em que Ele olha para mim e me dirá: Meu filho, efetivamente sim; eu te tomo nos meus braços”!

Essa voz se levanta aos olhos, ou no íntimo da alma de um burguês nessas condições, e ele tem horror a isso, porque aí não se trata de destruir a sua fortuna, trata-se de destruir o castelo que ele mais ama: é o castelo de seus vícios, é o castelo de seus maus hábitos interiores, de sua preguiça, de sua covardia, de seu respeito humano. Trata-se de retroceder, trata-se de se converter e isso ele não quer.

E então os senhores explicam esse mistério profundo: junto ao nababo desfila um cortejo de gente da TFP. Jovens com capas rubras esplêndidas; jovens levando na fé toda a segurança da perenidade da Igreja e de que um mundo novo virá, surgido miraculosamente de toda essa ruína e de toda essa sujeira, e que é o Reino de Maria. Ele olha para isso e ele compreende que é uma força nova que nasce dotada de um poder extraordinário. Ele compreende que é como que um primeiro juízo de Deus que condena tudo quanto ele fez, e o convida a converter-se.

E se ele não abre a sua alma à voz da graça, se ele não diz sim, se ele finge que não viu, ou se ele persegue, então com ele se dá um fato que é o último lance da ignomínia de sua vida: ele acaba sendo chamado, no fim, na última hora da existência da sua civilização, ele acaba de ser chamado por vós, que lhe dizeis como o profeta Isaías, há tantos séculos atrás: “Converte-te a teu Deus”. Ele diz não, e ele seguirá o caminho de Jerusalém. Esse é o espírito de vertigem, essa é a contradição monstruosa diante da qual tão frequentemente a TFP se encontra e esse é o grande dilema em que a TFP coloca a sociedade moderna.

Não há apenas o establishment, não há apenas o hippismo, mas neste colosso que se desagrega e que é o mundo do establishment, flanqueado de um lado por um hippismo que o devora e que o ama; flanqueado, de outro lado, por uma outra minoria que procura salvá-lo, corrigindo-o e o reconduzir a Deus, o colosso vacila. Muitas simpatias de dentro dele se voltam para nós. Mas a maior parte das simpatias parecem ir se voltando cada vez mais para o outro lado.

E com isso nós temos a predição de Fátima que se realiza.

…. [vira a fita] o demônio. Outro polo é a TFP e todos aqueles que têm um sentido, uma orientação, um espírito, uma mentalidade haurida da Igreja Católica como nós haurimos, e verdadeiramente católica. Esses dois pólos tendem a absorver esse mundo em desagregação, e chegará um momento em que eles se confrontarão. O confronto já vai se dando e se tornará cada vez mais agudo.

Nós caminharemos, então, para os sofrimentos inenarráveis de que Nossa Senhora fala em Fátima, sofrimentos que terão com resultado por fim, diz a mensagem, quer dizer, depois de uma longa série de peripécias e de acontecimentos, de dramas e de lances, por fim a vitória do Imaculado Coração dEla.

Então, meus caros, o que sois vós nessa civilização? Vós sois a voz discente, mas perene da Igreja Católica, Apostólica, Romana. Vós sois o eco dessa voz. Vós sois os que dizem o que a Igreja durante dois mil anos vem dizendo, e o que antes dela disseram os profetas do Antigo Testamento. Vós dizeis: “Converte-te ou perecerás!”

Muitos seguirão a vossa voz, nas várias cidades onde vós estais. Alguns começam a seguir agora. À medida que as aflições se tornarem maiores, vão ser mais numerosos os que vos seguirão. Vós estais preparando a matéria prima para o Reino de Maria. Vós estais preparando os lutadores da grande luta. Vós estais preparando os cidadãos da mais alta cidade que houve na história do mundo, e que vai ser o mundo regenerado, vivendo para o Reino de Maria.

Vós sois aqueles que a vários títulos, ou a todos os títulos, se podem chamar bem-aventurados. Porque quem lutou dessa maneira, nas sombras, na incerteza, enfrentando mil riscos e mil perseguições - as incruentas talvez mais dolorosas do que as cruentas - quem foi chamado e disse “sim” nesta hora, quando raiar o Reino de Maria, a esses Nossa Senhora dirá “sim”, não para lhes dar grandeza na terra, mas para lhes dar a alegria soberana de dizer de si para si, que foram os soldados que lutaram por Ela e que implantaram o Reino dEla.

E depois, quando vós fordes chamados para o reino do Céu, Ela vos dirá “sim” e vos coroará com uma coroa de glória.

É para essa coroa de glória que vós caminhais, queira Deus pela proteção de Maria, com passo vigoroso, firme e decidido, porque o futuro é dos que seguem o caminho de Deus. Não é só o futuro, mas a eternidade. Que a eternidade seja vossa. Sede valentes, audaciosos, intransigentes, inquebrantáveis, Maria vos ajudará.

(Aplausos prolongados)


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